segunda-feira, 21 de abril de 2008

Erros do passado e a burrice do presente

O caso da Escola Base

No mês de março de 1994, surgiu na imprensa uma notícia que chocou o país: a Escola de Educação Infantil Base, a Escola Base, localizada no bairro da Aclimação, em São Paulo, seria responsável por abusos sexuais em alunos de idade tenra. No total, seis pessoas foram acusadas dos crimes, entre elas proprietários, transportadores das crianças e colaboradores da escola.

A denúncia partiu de duas mães de alunos. Tornou-se manchete vulgar de jornais impressos e telejornais. O clamor público culminou com a invasão do prédio da escola — que era alugado — e a sua total destruição. Sobrevieram o massacre público e jornalístico[1] dos acusados e a destruição completa de suas vidas pessoais e profissionais.

Instaurado o inquérito policial, identificou-se uma suposta mansão onde os ditos abusos aconteciam. Seu proprietário teve a vida devassada e desmoralizada publicamente. A polícia “confirmou” à imprensa a existência dos crimes. Por fim, o laudo das supostas lesões do Instituto Médico Legal, primeiramente dúbio, e em seguida reticente, não pôde se contrapor às possíveis assaduras crônicas apresentadas por uma das crianças, num dos meses de dezembro mais quentes da história da cidade de São Paulo. O inquérito policial, vazio, e diante de um fato que não existiu, foi arquivado, concluindo pela inocência dos acusados.

Evidentemente que os acusados foram à Justiça em busca de reparação por dano material e moral. Conseguiram indenizações ante aos veículos de imprensa e ante ao delegado de Polícia que conduziu o caso, e ainda junto à Fazenda do Estado de São Paulo, que inclusive chegou a ser multada por litigância de má-fé no Supremo Tribunal Federal em face da interposição sistemática de recursos.

Foi o maior caso de erro, leviandade, falta de ética ou coisa parecida que já aconteceu na imprensa brasileira na falsa acusação de pessoas inocentes.

Fonte: www.conjur.com.br

Caso Isabela Nardoni

Acredito que todos saibam o que significa o nome “Isabela Nardoni”, para alguns mais um caso de policia, para outros uma novela que desde seu inicio é explorada pela mídia, não estou aqui para dizer quem é o assassino da criança, não tenho esse poder de julgamento, mas acho que alguns “amigos” da imprensa além de jornalistas, são policiais, peritos, juízes, videntes, a figura de Deus na terra e também burros.
O texto acima conta um caso muito conhecido pelos jornalistas, caso Escola Base. Em meus quatro anos no curso de jornalismo ouvi (e ouço) muito sobre isso, e de como o jornalismo ficou manchado pela vergonha de ter sido responsável pela destruição das vidas envolvidas. Mas acho que nem todos se lembram do ocorrido, pois tudo se repete, então eu lembro de um ditado popular, “errar uma vez é humano, duas vezes já é burrice”.
Desde o começo transformaram tudo em um grande picadeiro de circo, onde o palhaço é a população. Até já mandaram o pai e madrasta para o “globo da morte”.
Nós da imprensa temos que ser cautelosos com o material passado para a massa. O resultado da falta de sensibilidade com o caso é crucificação dos POSSÍVEIS assassinos.
E se eles não mataram Isabela? E se pelo menos um deles for inocente? Ou mesmo se os dois sejam culpados, quem decide isso é a justiça e não os “pseudo juízes” da imprensa.
Perante tanta falta de ética jornalística e sobra de egocentrismo jornalístico deixo aqui minha repulsa a todos “amigos” de profissão que teimam em aparecer mais que a notícia.
Que nós da nova geração do jornalismo brasileiro possamos trazer a honra da nossa profissão de volta.

2 comentários:

Carol Varani disse...

Urubus.
Mídia carniceira.
Sempre à espera de algum podre para lucrar com uma matéria bombástica.
A desgraça vira novela e o Brasil acompanha sentado confortavelmente em sua mesa jantando com sua família.


Mas é bom saber que ainda existem pessoas como vc, responsável e digno do jornalista que é =]

bjO

Anônimo disse...

Infelizmente, a ética ainda perde para a possibilidade de um bom furo jornalístico, sensacionalista ou não.

Cabe a nós ajudarmos a mudar isso. Ou, ao menos, tentarmos.

Bjo!